sábado, 15 de outubro de 2011

Florença

Ao deixarmos Florença, já estávamos com saudades. Ali, todo o tempo não parece suficiente. São muitas obras, trabalhos, esculturas, pinturas e afrescos ao ar livre, executados por alguns dos maiores gênios da humanidade. Um verdadeiro centro de cultura e história. De acordo com a Unesco, a Itália concentra 60% do patrimônio artístico do mundo e metade dessas obras estão lá. Tanto tesouro só poderia atrair milhares de turistas. Hoje, novo e antigo convivem, palácios de pedra e lambretas barulhentas disputam suas ruas e pontes medievais.

Florença ou Firenze (em italiano), a capital da Toscana, estende-se às margens do rio Arno. De um lado, o tranquilo bairro residencial de Oltrarno que ostenta o Palazzo Pitti (antiga residência da família Médici – que foi quem patrocinou essa revolução cultural), o Jardim de Boboli (jardim renascentista projetado para embelezar os passeios dos Médicis e hoje aberto à visitação) e a Igreja do Santo Espírito (Santo Spirito). Do outro lado fica o coração histórico da cidade com sua maravilhosa Duomo, a Piazza della Signoria, o Palazzo Vecchio, a Galeria Uffizi, e a igreja Santa Croce. Para atravessar o Rio Arno, o melhor caminho é pela Ponte Vecchio.

O rio Arno divide Florença ao meio. Para atravessar de um lado para outro há muitas pontes. Mas, a Ponte Vecchio é um dos maiores cartões-postais de Florença com suas lojas e joalherias que mantêm viva a mais antiga tradição da ourivesaria artesanal.

Ao chegarmos à Estação Central vindo de Veneza, fomos abordados por um rapaz que oferecia hospedagem a poucos passos dali e próxima à Piazza del Duomo. É o Hotel Aldobrandini (www.hotelaldobrandini.it), uma casa familiar, com quartos limpos e banheiro privativo, café da manhã (café, suco, chocolate quente e croissants), TV e wi-fi. Diária a € 65. Ótimo atendimento!

Ficamos 3 dias, mas o ideal são 5 dias para visitar mais museus, caminhar pelas ruas charmosas e apreciar os tesouros. De lá, partiríamos para Roma e Vaticano, destino final da viagem.

Piazza del Duomo

O complexo do Duomo é um dos pontos altos e um símbolo da cidade, uma criação dos arquitetos Arnolfo di Cambio e de Filippo Brunelleschi. Muita gente faz fila (apesar dos preços salgados e distintos para cada parte do complexo) para conhecer as belezas da Piazza del Duomo, onde estão a Basilica di Santa Maria del Fiore, a Catedral de Florença, mais conhecida como Duomo, o Campanário (Campanille), de Giotto (pintor e arquiteto, um dos maiores artistas da Renascença italiana), com seus 84,7 metros de altura e ao lado da igreja, e o Batistério (Battistero), um prédio um pouco menor à esquerda do Duomo, onde Dante foi batizado. Nós entramos na basílica. Ingresso a € 6. Esse bilhete não dá acesso à torre. Para subir, paga-se outro valor.

O Duomo chama a atenção com seus mármores toscanos em uma combinação de cores (verde, rosa e branco), e sua bela cúpula. Para chegar ao seu topo é preciso subir quase 500 degraus. Sua fachada neogótica é de tirar o fôlego e seu interior é cheio de afrescos que só podem ser vistos quando as máquinas de moedinhas são alimentadas com pequenas doses de euros. Levou quase dois séculos para ser construída (de 1296 a 1436). É a quarta maior catedral do mundo em tamanho. Em seu interior estão obras primas de grandes gênios da arte renascentista, como Zuccari, Donatello, Uccello e Ghiberti. É um bom local para iniciar sua caminhada pela cidade.

A função do batistério era curiosa. Como pagãos não podiam entrar nas igrejas, nem para serem batizados, eles precisavam ser batizados em outro local, e para tanto foi especialmente construído. Na entrada, as portas de bronze, criadas por Ghiberti, discípulo de Michelangelo. Conhecidas como 'As Portas do Paraíso', elas foram criadas entre 1424 e 1452 e representam um dos mais belos trabalhos de arte do período renascentista. À frente do Duomo, há uma estátua de 
Dante Alighieri (1265-1321, considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana) e, logo atrás, o Museu do Duomo que abriga utensílios usados em sua construção e outras obras de Michelangelo.

Perto dali, na Piazza dei Cavalleggeri, está a grande e bela Biblioteca Nacional Central de Florença. Foi fundada em 1714 por Antonio Magliabecchi, um bibliotecário e erudito italiano.

Praças e palácios

A praça mais próxima ao Duomo é a Piazza San Lorenzo, onde está a Basílica de San Lorenzo, obra de Brunelleschi de 1425, muito utilizada pelos Médici. Da família Médici saíram os mais influentes governantes da cidade, e seu nome está intimamente ligado à história de Florença. Na basílica estão sepultados vários de seus membros, entre púlpitos de bronze de autoria de Donatello e esculturas de Michelangelo.

E a mais visitada, depois da Piazza del  Duomo é a Piazza della Signoria é dominada por uma das maiores atrações: o Palazzo Vechio, prefeitura de Florença desde 1322 e abriga um museu em seu interior com obras dos pintores e arquitetos Agnolo Bronzino, Michelangelo Buonarroti e Giorgio Vasari. Sobre a fachada principal rusticada encontra-se a imponente Torre de Arnolfo (Torre di Arnolfo), um dos emblemas da cidade. O palácio atual é, porém, fruto de outras construções e ampliações sucessivas, levadas a cabo entre o século XIII e o século XVI. Abre diariamente, das 9h às 19h, com exceção das quintas-feiras e feriados, quando fecha às 14h. Ingresso a € 6.

Piazza della Repubblica é uma das principais praças e marca o centro da cidade desde os tempos romanos. Infelizmente, a praça hoje não parece como há 150 anos. Paredes do século XIII foram derrubadas para dar lugar a avenidas, o monumento equestre do rei Vittorio Emanuele II (primeiro rei da Itália unificada) foi transferido para a entrada do Parque Cascine (aberto ao público em 1776, às margens do rio Arno) e estátuas alegóricas criadas em argila que decoravam o Arco do Triunfo não foram substituídos.

Restou a Coluna da Abundância. A coluna marca o ponto onde o fórum romano estava. Durante os tempos medievais, a área ao redor da coluna era densamente povoada, ali funcionavam o mercado e o Gueto Judeu. Havia tendas e igrejas. A praça manteve a sua aparência medieval até o século XVIII, quando o conselho da cidade decidiu alargar a praça e limpar o centro. Torres medievais, igrejas, oficinas, residências e alguns palácios de famílias nobres foram destruídos.

Também restou o Arco do Triunfo onde está escrito: “L'ANTICO CENTRO DELLA CITTÀ – DA SECOLARE SQUALLORE – A VITA NUOVA RESTITUITO”, que significa: DO CENTRO DA CIDADE VELHA, A PARTIR DA MISÉRIA SECULAR, DEVOLVER UMA NOVA VIDA.

Um dos mirantes mais inspiradores é a Piazzale Michelangelo, ideal para apreciar toda a beleza da cidade e tirar fotos. Fica do outro lado do rio, oposto à localização do Duomo e do Palazzo Vecchio. Lá, há uma estátua em homenagem a Michelangelo. Para chegar, é preciso atravessar a Ponte Vecchio e pegar um ônibus (número 13 para subir e o número 12 para descer novamente até à ponte). A passagem custa € 0,60. No final do dia, tirar fotos sobre a ponte é uma boa dica. O pôr-do-sol e o cenário de Florença são belíssimos.

Cruzando novamente o rio na direção do centro, depara-se com a Galeria Uffizi (Piazza degli Uffizi), inaugurada em 1580 e um dos museus de pintura e escultura mais famosos e antigos do mundo. Sua coleção compreende obras-primas aclamadas, incluindo trabalhos de Giotto, Piero della Francesca, Fra Angelico, Botticelli (O Nascimento de Vênus, 1483), Leonardo da Vinci, Michelangelo (A Sagrada Família, 1504), Ticiano Vecelli (Vênus de Urbino, 1538) Raphael e Caravaggio. Aberto diariamente (exceto às segundas), das 8h15 às 17h. É aconselhável comprar o ingresso pela internet (http://www.virtualuffizi.com), a € 11 (até às 16h) e a € 10 (após às 16h), pois as filas para entrar costumam ser enormes e frequentes. Há uma chance de comprar o tíquete sem esperar, mas para isso paga-se uma taxa mais cara, € 20. Uma pessoa percorre a fila com uma placa perguntando se você quer se associar a uma entidade de ajuda à galeria, basta assinar e pagar o valor cobrado (de 20 euros) para ganhar o tíquete diferencial. Gostamos, mas esperávamos mais do museu. A iluminação sobre as telas não é boa e, para nosso azar, as obras de Caravaggio haviam sido removidas temporariamente para outro museu.

Na parte sul do rio Arno há outro lugar muito visitado, o Palazzo Pitti, projetado por Brunelleschi para a família Pitti, rival da família Médici. Em seu interior há tesouros da autoria de mestres como Raphael, Filippo Lippi, Tintoretto, Veronese e Rubens. Bem próximo, estão os Jardins Boboli.

Para desafiar a família Médici, a mais poderosa de Florença, o banqueiro Luca Pitti construiu um palácio, provando que também tinha uma fortuna considerável. Mas a vida dá voltas, e o palácio acabou sendo vendido pelos herdeiros de Luca justo aos Médici, que aproveitaram para aumentar a beleza do lugar, com extravagantes e maravilhosos jardins.

Hoje, o Palácio Pitti abriga um museu com obras que foram da coleção dos Médici (pinturas, escultura, porcelana, prata, entre tantas outras relíquias). À sua volta, os Jardins Boboli ostentam estátuas, pracinhas, grutas, alamedas, fontes, lagos e, até, uma ilha. Aberto ao público desde 1766, é um belo lugar para se apreciar a paisagem. Os preços variam de acordo com a galeria a ser visitada e, também, devido às exposições temporárias (cobradas à parte). Como chegamos ao final da tarde e dispúnhamos de pouco tempo, visitamos os jardins e a galeria de porcelanas e algumas pinturas. Aberto diariamente, das 8h15 às 18h30 (verão); e das 8h15 às 16h30 (inverno). Ingresso a € 10.

Não perca também o Palazzo Strozzi, um prédio de pedra em estilo renascentista, construído entre 1489 e 1538 (há poucas quadras da Ponte Vecchio), que pertenceu à família Strozzi até 1937, sediando hoje exposições e eventos culturais; e o Palazzo Pazzi, também chamado de Palazzo della Congiura ou Palazzo Pazzi-Quaratesi, que situa-se na via del Proconsolo.  É um dos melhores exemplos da arquitetura civil renascentista na cidade. Provavelmente, foi mandado construir por Jacopo de Pazzi no lugar de algumas casas pertencentes à família para rivalizar com os prédios de outras famílias ricas.  

Mercados e gastronomia

A algumas quadras da Igreja do Espírito Santo está o Mercado Central, ideal para comprar artigos típicos em lã e couro, uma das especialidades da cidade, além de frutas, trufas, funghis, azeitonas, queijos e vinhos. Tudo é muito barato, vale a pena!

Outra dica para compras é o Mercado de Sant'Ambrogio, na Piazza Ghiberti.

Destaque para a Pasticceria Luca (Via Lazzerini 2), vencedora do campeonato italiano de artesãos de chocolate. Ali, obras de arte são feitas com chocolate: instrumentos musicais, animais e pessoas.

Gostamos da Caffellatte (via Degli Alfani, 39). Oferece café da manhã e pratos tradicionais e vegetarianos no almoço e no jantar. É bem variado e com preço acessível. Aberto das 8h à meia-noite, diariamente. Fica bem próximo à Sinagoga (Tempio Maggiore), na via Luigi Carlo Farini. 

Simples, bem central e perfeita para uma pausa de almoço no meio da andança pela cidade é a Trattoria Zazá. Fica na Piazza del Mercato Centrale, 26.

E a Cantinetta Verrazzano é um pequeno bar-restaurante que fica na área histórica e tem excelentes vinhos. Fica Via dei Tavolin, 18.

Outra cantinetta interessante é a Antinori, num palácio do século XV que é também a casa da família Antinori. O endereço é Piazza Antinori, 3.

Comida Toscana tradicional é na Cantinetta Frescobaldi (Via del Magazzini, 2).

Igrejas e templos

A Basilica di Santa Croce, a principal igreja franciscana em Florença e uma das principais basílicas da Igreja Católica no mundo, merece a visita. É onde estão 276 sepulturas doa mais ilustres italianos, tais como Michelangelo, Galileo Galilei, Maquiavel e Rossini, e assim é apelidada de Panteão das Glórias Italianas.

A lenda diz que a igreja foi fundada pelo próprio São Francisco de Assis. A atual igreja foi iniciada em 1294, possivelmente por arquiteto e escultor florentino Arnolfo di Cambio e foi bancada por algumas das famílias mais ricas da cidade. Foi consagrada em 1442, pelo papa Eugênio IV. Possui 16 capelas, muitas delas decoradas com afrescos de Giotto e de seus alunos. O campanário foi construído em 1842. Está situada na Piazza di Santa Croce, a lesta da Basilica de Santa Maria del Fiore, a Catedral.

Outras igrejas de destaque são: Igreja de Todos os Santos
com afrescos de Botticeli e Ghirlandaio; Santa Maria Novella, quase junto à principal estação ferroviária florentina e onde está a Santíssima Trindade, de Masaccio; Igreja do Espírito Santo, uma das últimas obras de Brunelleschi, e onde está a Madonna de Filippino Lippi; e Basilica da Santissima Annunziata (Basílica da Santíssima Anunciada), uma igreja católica menor, a igreja-mãe da ordem dos Servitas. Está localizada na Piazza Santissima Annunziata. Fundada em 1250, é decorada com afrescos de diversos artistas italianos e há uma Pietà (1559) por Baccio Bandinelli. Possui o órgão mais antigo (1628) de Florença e o segundo da Itália e guarda o túmulo da escritora e poeta italiana, Maria Valtorta, que teria tido visões de Jesus e Maria. À noite, iluminada, fica bastante bonita.

Perto desta igreja, na Piazza di San Marco (zona norte do centro histórico), ficam a Academia de Belas Artes e a Universidade de Florença. Aliás, é rodeada por edifícios elegantes e dominada pela fachada da igreja e convento de San Marco. No convento, há um museu (pouco visitado por estar um pouco fora da rota turística), com belíssimas paredes pintadas por Giovanni da Fiesole, mais conhecido como Fra Angelico, considerado o artista mais importante da península na época entre o final da Idade Média (arte gótica) e o início do Renascimento.

Ao ingressar no Convento Dominicano de Fiesole em 1407, já tinha recebido treinamento artístico. Entre 1409 e 1418 foi exilado, com o resto da comunidade, por se opor ao Papa Alexandre V. Em 1436, ele e a comunidade deslocaram-se para o convento de São Marcos, em Florença, onde começou a pintar as paredes. Em 1447 e 1448 esteve em Roma e, novamente, em 1452, trabalhou na corte do papa, decorando as paredes da capela do Papa Nicolau V, no Vaticano, e ainda aceitando encomendas na comuna italiana de Orvieto. Mas continuou prestando seus serviços em Roma e Florença.

Supõe-se que estudou a arte da iluminura com o pintor Lorenzo Monaco. Fra Angelico adotou novas formas da Renascença em seus afrescos e nos painéis, desenvolvendo um estilo único, caracterizado por cores suaves, claras, formas elegantes, composições muito contrabalançadas, com o uso da luz.

Na praça di San Marco, com uma pequena área verde, está a estátua de bronze que retrata o general e político italiano, Manfredo Fanti (1806-1865), que participou das guerras de independência do país.

A Sinagoga, também conhecida como Tempio Maggiore (Templo Principal), é, até hoje, considerada uma das mais belas da Europa. É majestosa com uma cúpula de cobre, de cor esverdeada/azulada (que pode ser vista do mirante na Praça Michelangelo), e o prédio com tons de rosa e branco, em estilo influenciado pelos mouros, espanhóis e portugueses. Sua construção foi inspirada na igreja bizantina de Hagia Sophia, em Constantinopla, e projetada pelos arquitetos Marco Treves (judeu) Mariano Falcini e Vincenzo Micheli. Os três venceram um concurso organizado pelo Conselho Comunitário, em 1874, conquistando o direito de idealizar o templo na Via Luigi Carlo Farini, distrito de Santa Croce, próximo ao centro histórico. Aberta diariamente, das 10h às 15h, com exceção de sexta-feira, quando fecha às 13h.

Museus

Visite o Bargello Palace ou Palazzo del Popolo, museu nacional desde 1865, que oferece uma das melhores coleções de esculturas medievais e renascentistas italiana, dentre as quais Bacchus, de Michelangelo; David, de Donatello (toda em bronze, de 1440); e Mercúrio, de Giambologna (também conhecido como Giovanni da Bologna). O local já foi um quartel e uma prisão. O nome “bargello” significa xerife e deve vir do latim bargillus ("castelo" ou "torre fortificada"). Durante a Idade Média, era o nome italiano dado a um capitão militar encarregado de manutenção da paz e da justiça (daí o "capitão/xerife de Justiça") durante as revoltas e alvoroços. Serviu de modelo para a construção do Palazzo Vecchio. ATENÇÃO ao horário de funcionamento para se programar: funciona diariamente, mas apenas das 8h15 às 13h50. E, nos domingos, abre somente no segundo domingo de cada mês. Ingresso a € 4.


Um nome para sempre associado à história de Florença é o do poeta e escritor Dante Aligheri, eternizado principalmente graças à sua obra-prima, A Divina Comédia. No Museo Casa di Dante, onde ele nasceu (via Dante Alighieri), pode-se conhecer um pouco sobre sua vida e relação com a cidade. Mas grande parte do acervo conta mesmo é a história da cidade. Fica a pouca distância do Duomo, em uma construção medieval muito bem preservada. A entrada fica na lateral. Aberto diariamente (no verão), das 10h às 18h; e no inverno, diariamente, com exceção das segundas-feiras, das 10h às 17h. Entrada a € 4.

E por toda parte podemos apreciar a obra de Leonardo da Vinci, como Il San Girolano (Pinacoteca do Vaticano), a Adorazione dei Magi (Galeria Uffizi), o quadro A Mona Lisa (Louvre), entre tantos outros. Leonardo da Vinci chegou a Florença ainda criança, em 1469, trazido por seu pai, que tendo percebido a precoce genialidade do filho, tomou a decisão na esperança de que os ares iluminados da cidade dos artistas pudessem inspirá-lo ainda mais.
 
Outro símbolo de Florença é o David de Michelangelo (imponente, gigantesco, meditando sobre sua vitória contra Golias), ocupando um ponto de honra no prédio do Museo dell’Accademia, fundado em 1784 pelo grão-duque Leopoldo de Lorena, com o objetivo de organizar uma coleção de pinturas antigas e modernas e esculturas para que os alunos da Academia de Belas Artes pudessem ir conhecê-las e estudá-las. A estátua de David, em mármore, mede 5,17 m e, devido à genialidade que sempre foi atribuída à obra, foi escolhida como símbolo máximo da República de Florença.

O museu, particularmente famoso por sua coleção de esculturas de Michelangelo, mas que também possui um importante acervo de pinturas florentinas dos séculos XIV a XVI, é facilmente acessível a partir da Piazza San Marco. Há alguns anos um homem avançou sobre a obra com um martelo e, antes de ser detido, conseguiu danificar partes da estátua. Felizmente, uma equipe de estudiosos conseguiu recuperá-la. O museu abre diariamente (exceto segundas), das 8h15 às 19h. Ingresso a € 10. Aconselhável chegar cedo para evitar filas.

Pouco adiante, ao lado da igreja Santa Croce está a Casa Buonarroti, dedicado à preservação da memória e da obra de Michelangelo Buonarroti. O local pertenceu ao artista, mas nunca foi ocupado como residência. Foi convertido em museu por seu sobrinho-neto Michelangelo, o Jovem. Em sua coleção, estão algumas esculturas da fase inicial de Michelangelo, modelos de obras definitivas e uma boa quantidade de seus desenhos, além de peças de outros artistas. Localizada na via Ghibellina, 70. Aberta das 9h às 14h.

Caminhando na direção do rio Arno chega-se à ponte mais famosa, a Ponte Vecchio (em arco medieval), construída em 1345 e a única ponte não danificada pelos alemães durante a Segunda Guerra (acredita-se que tenha sido uma ordem direta de Hitler). Em suas extremidades encontram-se infinidades de pequenas lojas vendendo joias de ouro e prata.

Acredita-se que tenha sido construída ainda na Roma Antiga e era feita originalmente de madeira. Foi destruída pelas cheias de 1333 e reconstruída em 1345, com projeto da autoria do pintor e arquiteto Taddeo Gaddi (1300-1366). Consiste em três arcos, o maior deles com 30 metros de diâmetro. Desde sempre albergou lojas e mercadores, que mostravam as mercadorias sobre bancas, sempre com a autorização do Bargello, a autoridade municipal de então. Diz-se que a palavra ‘bancarrota’ teve ali origem. Quando um mercador não conseguia pagar as dívidas, a mesa (banco) era quebrada (rotto) pelos soldados. Essa prática era chamada bancorotto.

Inicialmente, o comércio no local era outro: açougues. Os comerciantes jogavam os restos de carne no rio. A família Médici que morava nos arredores, horrorizada com o mau cheiro, mandou retirar os açougues e instalou diversas joalherias que permanecem até hoje. Todas as outras pontes sucumbiram na Segunda Guerra, menos a Vecchio.

Ao longo da ponte, há vários cadeados, especialmente no gradeamento em torno da estátua de Benvenuto Cellini (1500-1571 – escultor, ourives e escritor italiano). O fato é ligado à antiga ideia do amor e dos amantes: ao trancar o cadeado e lançar a chave ao rio, os amantes tornavam-se eternamente ligados. Por causa dessa tradição e do turismo desenfreado, milhares de cadeados tinham de ser removidos com frequência, estragando a estrutura da ponte. Então, o município estipulou uma multa de 50 euros para quem for apanhado, em flagrante, colocando cadeados na ponte.

Seguindo adiante, está o Museo dell' Opera del Duomo, com a escultura Pietà, esculpida em mármore por Michelangelo em 1499, além de uma coletânea de peças religiosas do século XV e uma ala dedicada à história da catedral. Fica bem atrás do Duomo. Aberto de segunda a sábado, das 9h às 18h50; e aos domingos, das 9h às 13h.

Pisa

Terra do físico, matemático, astrônomo e filósofo Galileu Galilei, a cidade com cerca de 100 mil habitantes vive basicamente do turismo.

A proximidade e a oferta de trens é tão grande (35 saídas diárias) que visitar Pisa é quase obrigatório, estando em Florença.
A distância é de apenas 80 km e o tempo de viagem é de 1h05 até a Estação Pisa Centrale. Passagem a € 5,90. LEMBRETE: é preciso validar o bilhete após a compra numa máquina amarela que fica na área de embarque. Caso contrário, pagará uma multa: mais 5 euros.

Lá, duas horas são suficientes para você visitar a maior atração da cidade: a Torre de Pisa. Se quiser passar o dia, não faltam outros atrativos, além de excelente infraestrutura de hotéis. A Itália é sempre um presente, tratando-se de história, cultura e arte.

Se você estiver em Roma (20 saídas diárias de trem), a viagem até lá dura 3 horas; de Veneza e de Milão, o tempo de viagem é de 4 horas.

Pisa tem o mais importante aeroporto da Toscana (Aeroporto Galileo Galilei ou Pisa Galilei), distante 2 km do centro da cidade e a 1 km da estação ferroviária que liga toda a Europa. 

Como chegar à Torre de Pisa

Ao chegar à estação, compre um mapinha na banca para sua melhor localização ou, simplesmente, pegue o ônibus (números 1, 3 e 11) do outro lado da rua. A passagem custa € 1,10 e é válida por 70 minutos. Todo mundo faz esse mesmo trajeto.
Em poucos minutos, você estará diante da Torre de Pisa (em italiano ‘Torre pendente di Pisa’) é um campanário (campanille ou campanário autônomo) da catedral da cidade italiana de Pisa. Branca e muito alta, é realmente imponente. Está situada atrás da catedral, e é a terceira mais antiga estrutura na Praça da Catedral de Pisa (Campo dei Miracoli), depois da catedral e do batistérioA catedral abre às 10h para visitação. O horário de encerramento varia de 17h às 20h, dependendo da época do ano.

Embora destinada a ficar na vertical, a torre começou a inclinar-se para sudeste logo após o início da construção, em 1173, devido a uma fundação mal construída e a um solo de fundação mal compactado, que permitiu à fundação ficar com assentamentos diferenciais. A torre atualmente se inclina para o sudoeste.

A Torre de Pisa foi projetada para abrigar o sino da catedral da cidade e foi finalizada em 1350. Há sete sinos, um para cada nota da escala musical. O maior deles foi instalado em 1655.
A altura do solo ao topo da torre é de 55,86 metros no lado mais baixo e de 56,70 metros na parte mais alta. A espessura das paredes na base é de 4,09 metros e 2,48 metros no topo. Seu peso é estimado em 14.700 toneladas (são 7 mim metros de mármore). A torre tem 296 ou 294 degraus: o sétimo andar da face norte das escadas tem dois degraus a menos. Antes do trabalho de restauração realizado entre 1990 e 2001 a torre estava inclinada com um ângulo de 5,5 graus, estando agora a torre inclinada em cerca de 3,99 graus. Isto significa que o topo da torre está a uma distância de 3,9 m de onde ele estaria se a torre estivesse perfeitamente na vertical.

À medida que a obra ia avançando, os engenheiros tentaram endireitar a inclinação, construindo os andares um pouco maiores do lado mais baixo. Mas a medida não deu certo e só prejudicou a construção, porque aumentou a instabilidade com o excesso do peso.

O curioso é que, no início, as pessoas pensavam que a Torre de Pisa tinha sido concluída com a finalidade de ser realmente torta, mas a inclinação foi acontecendo gradativamente.

A Torre de Pisa parou de inclinar?

Em 1987 a Torre de Pisa foi declarada Patrimônio Mundial da UNESCO, juntamente com a catedral vizinha, o batistério e o cemitério. Em 07 de janeiro de 1990, após mais de duas décadas de trabalho sobre o assunto, a torre foi fechada ao público. Enquanto a torre esteve fechada, os sinos foram removidos para aliviar o peso, e ela foi sustentada por cabos presos em torno do terceiro nível e ancorados a várias centenas de metros de distância. Apartamentos e casas no caminho da torre foram desocupados por segurança. A solução final para evitar o colapso da torre foi endireitá-la ligeiramente para um ângulo mais seguro, removendo 38 metros cúbicos do solo abaixo. A torre foi tracionada até 18 polegadas (45 centímetros), retornando para a posição exata que ocupava em 1838. Após uma década de reconstrução corretiva e esforços de estabilização, foi reaberta ao público em 15 de dezembro de 2001, e foi declarada estável por, pelo menos, mais 300 anos.


Em maio de 2008, após a remoção de mais 70 toneladas de terra, os engenheiros anunciaram que a torre tinha sido estabilizada em tal ordem que havia parado de se mover pela primeira vez em sua história. E, então, declararam que seria estável durante 200 anos.


Duas igrejas alemãs têm desafiado o estatuto da Torre Pisa, como a maior edifício inclinado do mundo: a Torre Inclinada de Suurhusen, do século XV, e a torre sineira do século XIV, nas proximidades da cidade de Bad Frankenhausen (região noroeste da Alemanha). O Guinness World Records mediu a Torre Pisa e a Torre de Suurhusen, encontrando um declive de 3,97 graus.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Veneza

Chegar a Veneza é realmente chegar num lugar ímpar. Viemos de trem de Budapeste (Hungria) e descemos na Estação Veneza Santa Lúcia (principal). Ao olharmos pela janela, avistamos canais e a água abaixo de nós. Saímos às 13h de Budapeste (são cinco horas de viagem). À noite, a viagem demora mais um pouco, porém custa a metade do preço, cerca de € 125.

À direita da estação, estão as maiores atrações turísticas e, também, a maioria dos hotéis, restaurantes, cafés e lojinhas. O hotel que escolhemos (Hotel Universo & Nord) fica a 100 metros da estação, na rua Cannaregio. Mas o melhor é fazer uma reserva, mesmo não sendo alta estação. O lugar é visitado durante todo o ano e quase não conseguimos um quarto. Não há diária por menos de € 140 para casal, com café da manhã e wi-fi no saguão do hotel. Informações: www.hoteluniversoenord.com ou info@hoteluniversoenord.com. Também na mesma rua há o Hotel Al Vagon, com uma diária mais barata: € 110 (www.hotelalvagon.com)

Outras dicas de hotéis são: Hotel Ca’ D’Oro e Hotel Bernardi S., na Calle (rua) Del Duca. Os mais caros ficam próximos à Piazza (praça) de San Marco, como o Monaco Grand Canal.

Para comer, há inúmeras opções. Um pedaço de pizza sai a € 2/3. Mas vale a pena sentar em um bom restaurante à la carte e escolher um prato tradicional. Experimente também o café expresso (minúsculo, mas muito saboroso) e o sorvete italiano.

A geografia e a história são características marcantes de Veneza. Canais cortados por pontes em arco, gôndolas deslizando em silêncio pelas águas e palácios medievais. Assim é Veneza, uma cidade pequena, mas bela, romântica e inspiradora. Na verdade, é uma ilha de uma lagoa – Lagoa de Veneza – separada do mar Adriático por um istmo. Para conhecê-la, o transporte coletivo mais utilizado é o seu ônibus fluvial ou táxi aquático, o Vaporetto.

As gôndolas são o transporte mais procurado na cidade, e estes "estacionamentos" estão em toda parte. O passeio de gôndola pelos canais de Veneza é uma obrigação para quem visitar a cidade, mesmo sendo caro € 60.

Há um transfer aquático de Veneza para o Aeroporto Internacional Marco Polo por € 15 (somente ida) e € 25 (ida e volta).

Nós partimos de trem (www.trenitalia.com) indo para Florença (‘Firenze’ em italiano), da mesma estação na qual chegamos: Venezia Santa Lúcia. Há várias saídas: das 8h27 até às 7h27, a cada 30 minutos. Passagem a € 86, podendo ser comprada no guichê ou nas máquinas. A viagem dura 2 horas. LEMBRETE IMPORTANTE: antes de embarcar, é preciso validar o bilhete em uma máquina amarela pequena (geralmente, fica no caminho para o trem). Basta inserir o bilhete para a validação. Caso contrário, paga-se uma multa.

Principais atrações

A Piazza (praça) de San Marco é o coração e alma de Veneza, e seu roteiro pela cidade pode incluir qualquer lugar, mas não pode deixar de passar por ali. Basta seguir o fluxo pelas ruazinhas para alcançá-la. É bastante movimentada: muita gente, muita alegria e muita música ao vivo. Sua história começa em 1177, quando ela adquiriu o seu atual formato. Desde a sua inauguração oficial, os venezianos a contemplam como o centro da cidade.

O local abriga uma das cerimônias mais bonitas da cidade: a cerimônia de hasteamento da bandeira de Veneza, executada pelas tropas de Carabinieri em seus trajes típicos, às 7h da manhã. Ao término da cerimônia, o toque especial é dado pelas badaladas do sino do Campanário ou Torre da Campanile, que fica bem ao lado.

É a construção mais alta de Veneza, com 98,6 metros, A torre originalmente construída para servir de orientação às embarcações que se aproximavam da cidade, agora é o melhor ponto de observação da cidade. Por uma pequena taxa, pode-se pegar um elevador e subir até a parte mais elevada. Os seus sinos tocam a cada meia hora. A vista é incrível, vale a pena subir. Para evitar filas, é recomendável ir ao final do dia (e ainda dá para apreciar o pôr do sol) ou bem cedo, pela manhã. O Campanário foi reconstruído após ter ruído em 1902 (sua construção original data do século IX).

Na praça está a Basílica de San Marco (uma das 100 igrejas da cidade), erguida no ano 830, em estilo oriental, para abrigar os restos mortais de São Marcos, padroeiro de Veneza, seu interior é lindíssimo. Para entrar na Basílica paga-se uma taxa e para sua torre, outra. Optamos pela torre (€ 5).


Ainda na praça estão o Museu de Arqueologia e o Museu Correr, fundado pelo milionário Abbot Teodoro Correr, que instalou-se em Veneza com uma significante coleção de arte. Lá estão obras de estilo neoclássico de Antonio Canova (desenhista, arquiteto e escultor italiano), uma coleção de mapas, moedas, armaduras e outros objetos que contam a história da cidade. Também conhecido como Museu del Risorgimento, relata a trajetória de Veneza, principalmente até o ano de 1866, quando foi anexada à Itália. Além das obras, coleção de objetos históricos de Veneza, como os instrumentos de navegação utilizados em diferentes épocas.

Outra atração é o Mercado de Rialto, o mais famoso e tão movimentado como antigamente. Há registos de mercados neste mesmo local desde o século XI. Perfeito para comprar frutas, legumes e peixe fresco.

Como o próprio nome indica, fica na região de Rialto próximo à Ponte de Rialto: a ponte em arco mais antiga e mais famosa sobre o Grande Canal, na cidade italiana de Veneza. Ela foi formalmente a única ligação permanente entre os dois lados do Grande Canal, até abrirem as restantes travessias. Se você estiver passeando no vaporetto, pode descer na parada Rialto Mercado. 

A partir da Estação Veneza Santa Lucia, há inúmeras pontes e canais, mas o mais imponente e fotografado é o Grande Canal que corresponde mais ou menos à principal avenida da cidade. Este canal corta Veneza ao meio, é a principal e mais larga via de trânsito na cidade, e ao longo de suas margens há ancoradouro para gôndolas e embarcações maiores.




A cidade é cortada por pequenos canais e ruelas e através deles se pode chegar a qualquer ponto. Somente três pontes cruzam o Grande Canal, a Ponte Degli Scalzi, a famosa Ponte di Rialto (construída entre 1588 e 1591 e em torno da qual está situado um dos principais trechos comerciais de Veneza) e a Ponte de l'Accademia (1854).

Às margens do Grande Canal há uma infinidade de palacetes dos séculos XVII e XVIII que contam, com detalhes, toda a história de luxos e extravagâncias desta cidade. Um dos mais interessantes é o Palacio Ca'Rezzonico, com a fachada em mármore branco e interior ricamente adornado. Merecem destaque o salão de bailes e o de recepções.

Um passeio de barco (water taxi boat) de uma hora pelo Gran Canal custa € 30.

Vale mais a pena comprar o bilhete que inclui barcos, ônibus e ônibus circular em Lido. Por 12 horas de transporte, paga-se € 16; por 24h, € 18; por 36h, € 23 e, assim por diante, até 7 dias, por € 50. Para pegar os barcos, há várias paradas para o embarque (‘imbarco’ em italiano), inclusive com os horários de passagem das embarcações. Os trajetos são divididos em linhas. A Azul, por exemplo, sai da Praça San Marco e tem como ponto final o aeroporto.

Basílica de Santa Maria da Saúde

Quando estamos no sul do Grande Canal de Veneza, perto da Punta della Dogana (Ponta da Aduana), a Basílica de Santa Maria della Salute (Basílica de Santa Maria da Saúde) domina a paisagem. É um dos locais mais fotografados da cidade e, sem dúvida, uma referência. Projetada pelo arquiteto italiano, Baldassare Longhena (tendo trabalhado principalmente em Veneza, foi um dos maiores expoentes do período Barroco) em 1630, tem um interior amplo e espaçoso. Destacam-se o presbitério e o altar-mor – o grupo de esculturas sobre o altar representa uma Virgem com o menino, a representar a Saúde –, e as obras nas capelas laterais dos pintores italianos Tiziano Vecelli e Tintoretto.

Veneza foi atacada muitas vezes e com resultados desastrosos por um inimigo terrível: a assustadora "Black Death". A praga chegou pela primeira vez a Veneza em 1347, num navio vindo de Caffa. Foi uma catástrofe de proporções assustadoras: mais de 3/5 da população morreu nos 18 meses sucessivos. Mais tarde, foi atingida pela Peste Negra, incluindo a terrível epidemia de 1630, que matou um terço da população. Foi nessa ocasião que os venezianos se viraram para a Virgem, prometendo construir uma igreja em sua honra, em troca da salvação. E, em 1631, quando derrotaram a praga, a Basílica de Santa Maria della Salute foi edificada em agradecimento à Virgem.

O edifício triangular da Dogana (Aduana ou Alfândega) na privilegiada confluência do Canal Grande com o Canal da Giudecca, quase em frente à Praça San Marco, foi o repositório das riquezas de Veneza por quase quatro séculos. Ali, no auge da república conhecida como “A Sereníssima”, mercadores prestavam contas com a alfândega marítima, o que determinava o nome Punta della Dogana, ou Ponta da Aduana, ao local. Hoje, a construção datada de 1677, com uma área de 5 mil metros quadrados, exibe exposições de arte, após uma renovação a cargo do consagrado arquiteto japonês Tadao Ando.

Para visitar a Punta dela Dogana, o ingresso é de € 15 (€ 10 para estudantes). Há um tíquete de € 20 (€ 15 para estudantes) que inclui também a visita ao Palazzo Grassi. É um imponente edifício de mármore branco, em estilo clássico, situado no Grande Canal. Desenhado pelo arquiteto italiano Giorgio Massari, foi construído entre 1748 e 1772 para a rica família bolonhesa dos Grassi.

Depois da família Grassi vender o palácio em 1840, a sua propriedade passou por diversas mãos. Hoje, abriga exposições de arte.

Palácios e pontes


Há séculos, quando Veneza era uma cidade-estado, seu dirigente máximo tinha o título de Doge. Portanto, não pode faltar uma visita ao Palácio Ducal ou Palácio dos Doges, a antiga sede do governo e residência do Doge. O prédio fica em frente à Praça de San Marcos (ao lado da Basílica de San Marco) e foi construído entre 1309 e 1424. Seus pontos de destaque são o magnífico Átrio interno, a escadaria onde eram coroados os Doges e a Câmara do Conselho, em que eram eleitos os Doges. Há, ainda, a Visão do Paraíso, maior tela a óleo do mundo, medindo 8 x 25 metros, e onde estão representadas 350 personalidades influentes da época. 



Anexo ao palácio está antiga prisão da cidade. Unindo os dois prédios está a famosa Ponte dos Suspiros. Embora seu nome tenha uma conotação romântica, a verdade é que o nome surgiu devido aos prisioneiros que eram levados do Palácio para a prisão. Conta-se que ao passar por esta ponte eles davam uma última olhada pela janelinha, viam a liberdade pela última vez e suspiravam de tristeza.




Na área do Palácio Ducal, está a Biblioteca Nazionale Marciana ou Biblioteca São Marcos, a mais importante biblioteca de Veneza e uma das maiores de Itália. Suas coleções incluem: 1.000.000 de obras impressas antigas e modernas; 2.283 incunábulos, 13.000 manuscritos e 24.055 livros do século XVI. As obras mais conhecidas são dois códices (manuscritos gravados em madeira) da Ilíada, o Homerus Venetus A (século X) e o Homerus Venetus B (século XI). 


Outras pontes são: Ponte della Paglia (Ponte da Palha), a Ponte dei Pugni (Ponte dos Punhos) – mais conhecida pela história do que pela sua beleza: residentes de dois bairros venezianos enfrentavam-se em punhos sobre a ponte tentando que os outros caíssem nas aguas do canal, mas tal celebração foi proibida no século XVIII –, e a Ponte da Constituição, inaugurada mais recentemente, converteu-se num novo ícone da cidade, fazendo a ligação da Estação de Santa Justa Lúcia com a Piazza Roma, pelo que o tráfego está assegurado para residentes e visitantes.

Outras igrejas

As igrejas de Veneza merecem uma boa visita, com afrescos assinados por grandes artistas. Quase todas cobram entrada (€ 2,5). Com o passe Chorus (vendido no centro de informações turísticas ou em cada igreja), você paga € 8 (€ 5 com o Venice Card) e tem o direito a visitar todas elas. Abrem de segunda a sábado, das 10h às17h, e aos domingos, das 13h às 17h, com exceção da Basilica de Santa Maria dei Frari. Algumas podem abrir gratuitamente aos domingos, mas fecham nesse dia de julho a agosto.

A Basilica di Santa Maria Gloriosa dei Frari (aberta de segunda a sábado, das 9h às 18h, e domingos, das 13h às 18h), com pinturas de Tiziano e Tintoretto, é uma das maiores igrejas da cidade.  Está localizada no Campo dei Frari, no coração do bairro de San Polo.

Os franciscanos obtiveram terra para erigir uma igreja em 1250, mas o edifício só se terminou em 1338. De forma quase imediata empreenderam-se os trabalhos para a substituir por uma maior, a igreja atual, que levou quase um século para ser concluída em meados do século XV. O campanário (acabado em 1396) tem 83 m de altura e é o segundo mais alto de Veneza, depois do da Basílica de São Marcos.

A imponente igreja foi construída em ladrilho no estilo gótico italiano. Como em muitas igrejas venezianas, o exterior é bastante simples. O interior contém a única grade de coro que continua no local original em Veneza: data de 1475 e está esculpida. O coro data de 1468 e apresenta três níveis de bancos, talhados com baixo-relevos.

Localizada na ilha de Giudecca, está a Chiesa del Redentore (Igreja do Redentor), projetada no século XVI pelo arquiteto italiano Andrea Palladio. É onde se celebra a tradicional Festa del Redentore e em que estão os afrescos de Paolo Veronese.

A Basílica Santi Giovanni e Paolo (Basílica de São João e São Paulo) é uma das maiores igrejas de Veneza. É um edifício de tijolo construído em estilo gótico italiano. É a principal igreja da Ordem Dominicana em Veneza, e como tal foi construída para pregar perante grandes congregações. É dedicada a São João e a São Paulo, não o apóstolo e o discípulo mais famosos, mas a dois obscuros mártires da primeira igreja cristã em Roma, cujos nomes se documentaram no século III, mas cuja lenda é de data posterior.

Em 1246, o doge Jacopo Tiepolo doou uma parcela de terra pantanosa aos dominicanos depois de sonhar com um grupo de pombas brancas sobrevoando-o. A primeira igreja foi demolida em 1333, quando se começou a construção da igreja atual, concluída somente em 1430.

A Chiesa di Santa Maria dei Miracoli (Igreja Santa Maria dos Milagres) é um pequeno templo católico de estilo renascentista veneziano (mármore branco, rosa e serpentina – grupo de minerais) construído entre 1481 e 1489. Foi projetado pelo escultor e arquiteto Pietro Lombardo com a finalidade de dar uma localização digna à imagem da Virgem Maria venerada nesse lugar desde 1408.

Arredores

Do cais próximo à Praça de San Marco, pode-se pegar embarcações para as ilhas vizinhas.

Para Murano, por exemplo, a viagem dura somente 15 minutos e custa € 7. Lá é possível conhecer a técnica secular de fabricar Vidro Soprado, trabalhado por artesãos. 

Lido (rota 1 de barco) é uma ilha de apenas 18 km de comprimento, onde vivem cerca de 20 mil habitantes. É a praia dos ricos e famosos, um pouco distante do centro. A arquitetura clássica de seus prédios e hotéis, e que serviram de locação para o clássico do cinema Morte em Veneza, também é atração. A ilha também tem um cassino e sedia, todos os anos, no mês de setembro, o Festival Internacional de Cinema de Veneza. Ao descer do barco, basta pegar um ônibus circular para andar na cidade e chegar até a praia.

Caso queira passar uma noite lá, há o Hotel Panorama, em frente à estação; e à esquerda desta, o Hotel Villa Edera.

Uma excursão sai de Veneza para três ilhas: Murano, Burano e Torcello a € 20. Sâo dois horários: 9h30 e 14h30.

Murano é, de fato, um arquipélago de sete ilhas menores, das quais duas são artificiais (Sacca Serenella e Sacca San Mattia), unidas por pontes entre si. Tem aproximadamente 5.500 habitantes e fica a somente 1 km de Veneza. É um local famoso pelas obras em vidro, particularmente candeeiros ou luminárias. Murano foi fundada pelos romanos.
Burano situa-se a 7 km mais ao sul da Lagoa de Veneza, também constituída por várias ilhas pequenas ligadas por pontes entre si. É conhecida pelos seus cristais e trabalho em renda.

Para ir somente a Burano pode-se pegar o vaporetto (a viagem leva cerca de 40 minutos a partir do centro de Veneza), ou por estrada usando a ponte em Mazzorbo (uma ilha ao norte).

Os primeiros ocupantes das ilhas foram provavelmente romanos, mas foi no século VI que recebe o seu nome atual ao ser ocupada por pessoas vindas de Altino (comuna italiana), que terão dado à ilha o nome de uma das portas da sua cidade. Possui cerca de 4.000 habitantes.

Torcello é uma ilha situada ao norte da Lagoa de Veneza. É considerada a região de Veneza continuamente habitada há mais tempo.

O principal atrativo da ilha é a Catedral de Santa Maria Assunta, fundada em 639 e com muitas obras bizantinas dos séculos XI e XII, incluindo mosaicos.

Após a queda do Império Romano, Torcello foi uma das primeiras ilhas da lagoa a serem sucessivamente povoadas por aqueles que fugiram da cidade de Veneza em terra firme (continente), para se abrigar das invasões bárbaras recorrentes, especialmente depois de Átila, o Huno, que destruiu a cidade de Altinum e todos os assentamentos em torno de 452.

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